Ribaué, uma localidade a 140 quilómetros de Nampula, que nasceu com a chegada de um grupo de colonos, em 1929. Eles construíram a primeira casa conhecida de alvenaria: a escola capela. Então como hoje é um distrito promissor, pois as terras, devido aos vários rios existentes e às montanhas, são muito férteis e, por isso, com uma boa produção agrícola.
No distrito, além de uma escola secundária, e ensino até à universidade, há também uma escola agrária de ensino médio. A escola secundária foi transferida da Tanzânia, onde funcionava para os da luta de libertação nacional, logo após a independência.
A nível de saúde, temos um hospital rural que presentemente tem três médicos, com postos de saúde na Missão de Iapala, nos postos administrativos de Iapala e de Cunle e nas localidades de Riane, Chicá e Namiconha. A nível social domina, como em todo o país de um modo geral, o partido da Frelimo, que, estando no poder, age como partido único, mesmo se na Constituição o regime é multipartidário.
Muitas organizações actuam neste distrito, para bem e também para mal: algumas ONG trazem iniciativas que ajudam as pessoas; outras, por vezes, são inconclusivas e geram alguma dependência, criando no povo uma visão de aproveitamento enquanto tem presente os doadores das ONG. Se fosse possível contabilizar os projectos que as ONG aqui tentaram ou prometeram realizar e as que ainda funcionam, podíamos contabilizar um grande fracasso, não só devido ao abandono por parte das ONG, mas também devido ao desinteresse e problemas culturais do povo. Na verdade, os problemas culturais minam o dinamismo e solidariedade no espírito de equipa que os mesmos projectos exigem para serem economicamente viáveis.
Continuamos à espera da prometida estrada de alcatrão já que nos encontramos no corredor de Nacala, que une o porto de mar, em Nacala, ao Malawi. O povo sonha que, com a chegada da estrada de alcatrão, Ribaué fique com mais vida, maior desenvolvimento agrícola e com melhores condições de vida. Por agora, alcatrão, só se conhece o pouco que ficou dos 200 metros que existiam no tempo colonial, mesmo no centro da vila. A esperança anima sempre o povo que, ao olhar para trás, não deixa de dizer repetidamente: «Agora estamos muito melhor!» O futuro anima a todos, mais aos jovens que aos adultos, e quando iluminado pela fé dá mais força na luta por melhores tempos.
Presença da Igreja
É neste contexto, humano e de fé, que a Igreja vive e procura responder alimentando e dando voz e sentido de maior dignidade à pessoa humana. A Igreja, desde que os missionários combonianos aqui chegaram, nos primeiros anos da independência, procura alimentar e fazer crescer a esperança. Das pouco mais de 20 comunidades existentes então, chegou-se à criação de duas paróquias, além da missão, a saber: Sagrado Coração de Jesus, de Ribaué, em 1996 e, em 2007, S. Daniel Comboni de Riane. Esta paróquia foi confiada aos padres diocesanos com o Centro Catequético e missão de Iapala. O Centro Catequético e a Igreja de Riane foram construídos pelos Combonianos com a colaboração das comunidades locais. A Igreja, que serviu de dormitório escolar muitos anos, foi refeita também pelos Combonianos. Mas não são as obras físicas que contam mais. O importante é a edificação do homem, como dizia D. Manuel Vieira Pinto, bispo e voz profética de Nampula por muitos anos.
O Espírito de Deus e a acção de vários missionários fizeram crescer a Igreja e consequentemente o Reino nestas terras. São os ministérios laicais que tornam visível a acção da Igreja e estes são preparados e acompanhados continuamente pelos missionários e missionárias. As comunidades cresceram imenso em número mas também em qualidade e acção na sociedade em geral, inclusive na política, na cultura e na saúde. Dá alegria ver, na catequese e nas celebrações dominicais, homens e mulheres com responsabilidades sociais, profissionais e politicas! Isto tanto no governo local como nas escolas e na saúde. Na formação dos ministérios, procuramos ter exigências de vida e de escolarização. Mas uma coisa é o desejo, outra a realidade.
Pelo que diz respeito ao acompanhamento das comunidades, estas estão divididas em grupo e formam as zonas paroquiais, com quatro comunidades como média. À frente temos o animador zonal e depois outros responsáveis para os ministérios mais importantes como, por exemplo: catequistas, casais, mamãs, cantores, e ajuda fraterna. A formação é dada a este nível. Nas zonas faz-se toda a evangelização além dos cursos mais aprofundados na sede paroquial ou no centro diocesano. É também na capela zonal que se celebram os sacramentos como baptismos, reconciliação, eleição dos catecúmenos, etc. Depois, nos tempos mais livres, procuramos visitar as comunidades, para animar os cristãos e encorajar a vida de fé e o testemunho diante de todos na família e na aldeia onde vivem.